"Lazy", X-Press 2 feat. David Byrne

Uma obra que está um pouco mais longe do que consideramos dançante e que flerta com uma linha mais "lounge", com um jeitão de música incidental.

"Lazy" foi lançada em 2002 pela equipe de produtores/DJs britânicos X-Press 2. É a canção de mais sucesso do grupo, mas que não o resume a um 'one hit wonder'. Antes e depois de "Lazy" há outras obras do X-Press 2 com relativa fama, mas sempre na linha menos-dançante-mais-ambiente.



O interessante em pesquisar sobre a obra foi descobrir a participação de um cara mais famoso nela. O vocal de "Lazy" é de David Byrne, o líder do Talking Heads, de "Psycho Killer" e outros hits.

Ficha técnica
Música: Lazy
"Banda": X-Press 2
País: Inglaterra
Época: 2002
É sampler/versão? Não 
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Não
Minha avaliação pessoal: Média

"Scatman", Scatman John

Essa todo mundo conhece, certo?



"Scatman" é uma das músicas mais celebradas da eurodance, um dos verdadeiros hinos do gênero.

E com todos os motivos para isso. Afinal, a obra é bacana do começo ao fim. Combina uma base instrumental forte a um divertidíssimo vocal, que é o seu verdadeiro diferencial, que a torna uma canção única.

O ponto-chave da música está em sua repetição rápida de sílabas, um verdadeiro trava-língua que aparece no refrão e - principalmente - em outro trecho.

Falar rápido era uma característic de seu autor, Scatman John. Falemos um pouco sobre ele: tratava-se de um senhor que conheceu o estrelato mundial após os 50 anos de idade. Antes disso, militava fortemente no jazz - chegou até a gravar um disco como pianista, com o seu real nome, John Larkin.

Larkin, como pudemos ver no link recém-indicado, era um músico bem talentoso. O problema para ele era quando tinha que deixar o instrumento de lado. Ele sofria de uma gagueira incorrigível - soar o piano, então, aparecia como uma fuga, uma maneira de se comunicar com mais sucesso. Por isso dedicou-se ao piano e também ao scat singing, o modo de cantar soando sílabas e sons que não fazem sentido e somam-se à base instrumental.

A transição de músico de jazz para estrela da dance music veio no início dos anos 1990, quando Larkin mudou-se para a Alemanha (ele é dos EUA). Lá, foi convidado por seu produtor, Manfred Zäringer, a mudar de gênero - e logo usando sua gagueira. Adotou o nome Scatman John e estourou com "Scatman", que aborda justamente sobre os problemas da fala. "Todo mundo gagueja um dia ou no outro / Então veja a minha mensagem para você / Para falar a verdade Não deixe que nada segure você para trás".

Veio o sucesso avassalador e Scatman John acabou se tornando uma espécie de "padrinho" dos gagos, a ponto de ser homenageado pela associação americana dos distúrbios da fala.

Depois de "Scatman", John lançou outras obras como "Scatman's World", que não emplacaram da mesma forma. Nada que o impedisse de conquistar uma boa base de fãs pelo mundo - especialmente no Japão, onde fez até mesmo um dueto com o Ultraman. Isso mesmo, Scatman John e Ultraman cantanto juntos. Confira você mesmo.

Ficha técnica
Música: Scatman
"Banda": Scatman John
País: EUA / Alemanha
Época: 1994
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Turbo Mix, da Jovem Pan, e Hot Nine Seven, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Muito boa.

"Crying at the discoteque", Alcazar

Sucesso de 2001 que faz referência à era da disco music não apenas no nome, mas na obra como um todo. "Crying at the discoteque" é a obra que mais trouxe repercussão ao grupo sueco Alcazar, que também produziu outros hits com característica semelhante, como "Sexual Guarantee".




Cabe registrar que "Crying at the discoteque" é largamente inspirada em "Spacer", de Sheila & Black Devotion. Toda a base instrumental é de lá extraída. Mas nada que tire o mérito dos suecos - afinal, a linha vocal é diferente, e além disso é dada toda uma personalidade específica à obra.

Boa música.

Ficha técnica
Música: Crying at the discoteque
"Banda": Alcazar
País: Suécia
Época: 2001
É sampler/versão? A base instrumental é sampleada de "Spacer", de Sheila & Black Devotion
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Não
Minha avaliação pessoal: Legal.

"Under the same sun", Due

Vamos agora para uma música que, apesar de a música não ter nada a ver com a da postagem anterior, provém de um contexto semelhante: é também da Itália, e oriunda de um "projeto" que pouco fez além da obra em questão.



"Under the same sun", de 1994, é a versão dance da música homônima lançada pelo grupo alemão Scorpions um ano antes. É uma canção de um caráter, digamos, político, já que prega que todos devemos viver em paz, já que estamos sob o mesmo sol.

O grupo Due - sigla para Dance Universal Experiment - tinha como vocalista a célebre Alexia, que já apareceu aqui no blog com "Summer is crazy" e cantou para Ice MC.

Ficha técnica
Música: Under the same sun
"Banda": Due
País: Itália
Época: 1994
É sampler/versão? Versão dance de música homônima do Scorpions
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Só as Melhores da Pan, da Jovem Pan (não confundir com As 7 Melhores)
Minha avaliação pessoal: Média.

"Boys and Girls (Fashion Night)", Souvenir D'Italie

Mais uma obra daquelas produzidas por "projetos" misteriosos que começam e acabam com a própria canção. No caso, uma música feita por gente de larga trajetória no universo dos dances - a trinca de produtores italianos Alessandro Viale, Roberto Gallo Salsotto e Roby Santini. Eles também estão por trás de outros "grupos" como 5 Elements, No Chains e Billy More.



"Boys and Girls (Fashion Night)" foi lançada em 2001 e alcançou grande sucesso. Não apenas por seus méritos musicais, mas também por uma ligação com o mundo da moda - o que se vê no nome da canção e também na letra, com a citação de marcas famosas e outras coisas do tipo.

Mas, cá entre nós, é uma música chata. Ainda bem que caiu no esquecimento.

Ficha técnica
Música: Boys and Girls (Fashion Night)
"Banda": Souvenir D'Italie
País: Itália
Época: 2001
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Planeta DJ Volume 5, da Jovem Pan
Minha avaliação pessoal: Chata.

"In the dark", Tiësto

Uma coisa legal de pesquisar sobre músicas que não conheço tão bem é descobrir que elas eram ainda melhores do que eu lembrava. É o caso dessa sobre a qual falaremos.



"In the dark", de 2007, é mais um sucesso da consolidadíssima carreira de Tiësto, um dos DJs mais conceituados do mundo. Ele teve a parceria, para a obra, do cantor inglês Christian Burns.

Os dois chegaram a uma canção de grande qualidade - o que se espalha pelas diferentes versões (a que está "embedada" é a original, mas a que eu conhecia antes é a Dirty Soul Remix). A música reúne um refrão forte, letra profunda (coisa rara nos dances) e batida pesada.

O sucesso de "In the dark" fez com que Burns fosse convidado a se apresentar no Brasil, no tradicional festival Spirit of London, promovido pela 97 FM.

E falando em Brasil, cabe lembrar uma gafe histórica que relaciona Tiësto e nosso país - em 2005, o DJ holandês programou um show para o Parque de Exposições Granja do Torto, em Brasília. É um local privado, mas que tem o mesmo nome de uma das residências oficiais da Presidência da República. Por isso, houve quem achasse que Tiësto viria para cá para uma festa particular do presidente...

Ficha técnica
Música: In the dark
"Banda": Tiësto (com Christian Burns)
País: Holanda
Época: 2007
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Planeta DJ Winter, da Jovem Pan, e Spirit of London 4, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Legal.

"The music is moving", Airplay

Canção lançada em 2001 e que personifica como poucos o espírito de one-hit-wonder: afinal, o grupo que a assina, o Airplay, é um projeto que reuniu-se apenas para sua criação e também para a pouco conhecida "Live Forever", e ficou nisso. Seus responsáveis são o duo de DJs-produtores Danny Corten e Eddy Weyns, e quem canta é Kathleen Goossens - a mesma que já emprestou a sua voz ao Astroline, que apareceu aqui no blog com "Close my eyes".



"The music is moving" está longe de ser uma música ruim, mas tampouco chega a ser empolgante. É nítido que foi feita com capricho e preciosismo, mas seus produtores não conseguiram criar um refrão forte e batidas contagiantes. Não é de empolgar pistas.

Ficha técnica
Música: The music is moving
"Banda": Airplay
País: Bélgica
Época: 2001
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Planeta DJ Volume 3, da Jovem Pan, e Rádio DJ, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Média.

"Short Dick Man", Gillette

Falemos, mais uma vez, sobre uma das músicas mais emblemáticas do gênero.



"Short dick man" foi lançada em 1995 e converteu-se em sucesso imediato. Por dois motivos: o primeiro é a sua melodia, bem-feita, com uma batida até mais forte do que a de suas contemporâneas. E o segundo, claro, é a sua letra engraçada.

Cabe dizer que, como já dito, a obra é de 1995 - ou seja, antes de termos acesso à internet e à consequente compreensão do significado da letra e da trajetória da artista. Por isso, quando a obra veio à público, não era todo mundo que conseguia compreender o que se falava ali. Os que entendiam contavam aos outros, a piada corria boca-a-boca, mas não se tratava de um conhecimento "institucional", digamos assim. Por isso a música conseguiu prosperar aqui sem reprovações - a ponto de sua artista ir se apresentar no programa infanto-juvenil da Xuxa, o que gerou um vídeo que virou sucesso no Youtube.

Fora do Brasil a música também fez um sucesso danado. Liderou a parada de vendas na França e em outros países. Mas é claro que sua letra não passaria incólume - a censura (não se sabe se imposta ou auto-praticada) motivou ao lançamento de uma versão mais politicamente correta da obra, "Short Short Man".

Artisticamente falando, Gillette não foi muito além disso. Alcançou alguma vendagem com "Mr. Personality", mas nada de muita nota.

Aliás, uma coisa das mais curiosas sobre a cantora é que Gillette não é um nome artístico, e sim seu sobrenome. Curioso, não?

Ficha técnica
Música: Short Dick Man
"Banda": Gillette
País: EUA
Época: 1995
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Não
Minha avaliação pessoal: Legal.

"On & On", General Base

General Base é um dos projetos do DJ/produtor alemão Thomas Kukula, responsável por uma série de hits nos anos 1990. "On & On", assim como outros, foi feito em parceria com a vocalista jamaicana Claudja Barry. Eis o resultado:




Não é uma música das mais empolgantes, mas também não chega a ser ruim. Embora adote algumas características típicas das eurodance, é um pouquinho mais madura e abre mão do nem-sempre-legal rapper no meio.

Ficha técnica
Música: On & On
"Banda": General Base
País: Alemanha
Época: 1997
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Hot Nine Seven Volume 6, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Média.

"By your side", Malina

Música simpática e romântica, numa linha próxima à de "Dove", da Moony, que apareceu aqui esses dias.

Tem o jeitão das obras de 1999, quando foi feita: melodia bem elaborada, instrumental consistente e uma boa voz da vocalista.



"By your side" é o maior e talvez o único  sucesso de Malina. Isso quer dizer que a moça hoje em dia está relegada ao fracasso e ao esquecimento? De modo algum. Pelo seguinte: Malina ficou só em "By your side", mas Michela Lombardi, a Malina da "vida real", tem uma carreira bem consistente. Malina foi o pseudônimo que Michela adotou para o seu lado eurodance. Com o nome de Pernilla, trabalha com o pop. E, utilizando o nome real de Michela Lombardi, canta jazz.

Curioso, não? Uma coisa meio Fernando Pessoa.

Ficha técnica
Música: By your side
"Banda": Malina
País: Itália
Época: 1999
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Planeta DJ II, da Jovem Pan, e Chupim, da Metropolitana
Minha avaliação pessoal: Legal.

"I can't make you love me", Carol Bailey

Um perfeito expoente do eurodance pra vocês.



"I can't make you love me" (que eu, a vida inteira, achava que era "I'm gonna make you love me") foi lançada por Carol Bailey em 1996 e é o principal sucesso da cantora. Aliás, são poucas as informações disponíveis sobre ela na rede - o que se diz é que ela lançou alguns singles no início dos anos 1990 e alcançou fama com "I can't make you love me".

Como muitas eurodances da época, estourou bem aqui no Brasil - a ponto de figurar na trilha sonora da novela Anjo de Mim, disco no qual teve a inusitada companhia de "Children", de Robert Miles.

Ficha técnica
Música: I can't make you love me 
"Banda": Carol Bailey
País: Itália
Época: 1996
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Ritmo de Verão, Jovem Pan 40 Graus e Só as Melhores Volume 2,  todas da Jovem Pan
Minha avaliação pessoal: Média.

"Kickstarts", Example

O compositor/cantor/produtor Example lançou "Kickstarts" em 2010 e alcançou um bom sucesso, aqui e em outros países. A obra foi um reforço em sua carreira, que estourara em 2009 com "Won't go quietly" e, pós-"Kickstrats", deixou claro que o artista não seria um one-hit-wonder.



Mas - e aí já adianto minha avaliação pessoal que vai na ficha técnica - apesar de toda essa respeitabilidade, defino "Kickstsarts" como uma música que não empolga. A voz de Example, monotônica, contribui muito para esse enfado, bem como os outros elementos que a acompanham.

Deixo mais observações a vocês.

E registro duas curiosidades sobre o artista que estão na Wikipedia: a primeira é que seu nome artístico Example deriva de suas iniciais reais (E.G., de Elliot Graves; em inglês, "e.g." seria algo como nosso "p. ex."). E a outra é que ele é torcedor do Fulham. Respeitei.

Ficha técnica
Música: Kickstarts
"Banda": Example
País: Inglaterra
Época: 2010
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Não
Minha avaliação pessoal: Chata.

"Oh la la la", 2 Eivissa

Lançada em 1997, "Oh la la la" condensa com qualidade elementos que a caracterizam como uma obra símbolo de uma transição entre duas eras - a das dances mais grudentas/repetitivas do início dos anos 1990 e a das mais elaboradas da segunda metade da mesma década.



O 2 Eivissa alcançou grande sucesso com essa obra, mas se consagrou como um one hit wonder - nunca mais fez nada de muito destacado, ainda que tenha trocado de formação e tentado emplacar releituras de "Oh la la la".

É uma pena, já que, como já dito, "Oh la la la" tem elementos que a transformam em uma música boa, em especial a base de teclados.

Ficha técnica
Música: Oh la la la
"Banda": 2 Eivissa
País: IndeterminadoÉpoca: 1997
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Techno Pan Volume 2, da Jovem Pan, e Hot Mix, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Legal.

"Rapture", iiO

Canção de 2001 que tem, a meu ver, um perfil curioso: reúne muitos elementos de músicas boas mas, no fim das contas, é bem chatinha.



Ninguém pode dizer que "Rapture" seja uma obra ruim - não, ela é bem elaborada, tem uma base instrumental de qualidade, harmonia em toda a sua extensão, e até mesmo uns crescendo aqui e ali. Mas não consegue empolgar. Chutaria que por dois motivos: a voz chata da cantora e, principalmente, um refrão que não evolui, que não corresponde expectativas.

De todo modo, não são muitos os que concordam com a minha avaliação: "Rapture" foi um grande sucesso, o maior do dueto estadunidense iiO, e até hoje bem tocada por aí.

Ficha técnica
Música: Rapture
"Banda": iiO
País: EUA
Época: 2001
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? As 7 Melhores 2002 e Dance Unplugged, ambas da Jovem Pan
Minha avaliação pessoal: Chata.

"No se puede dormir", El Team

Essa não era tão frequente assim nas rádios, mas aparecia bastante nas baladinhas ao longo dos primeiros anos da segunda metade dos anos 90. Une um riff bacana, uma voz bem posicionada e aquelas paradinhas estratégicas que, quando utilizadas corretamente, fazem um bem danado às dances de rádio.



O triste é que não localizei rigorosamente NENHUMA informação sobre o grupo e a música. Ou melhor: a única coisa que encontrei é que "No se puede dormir" é de 1995. Nada sobre o El Team, sobre quem canta... bem, curtam a música aí.

Ficha técnica
Música: No se puede dormir
"Banda": El Team
País: Indeterminado
Época: 1995
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Hot Nine Seven Volume 3, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Legal.

"Daylight in your eyes", No Angels

Sucesso pop de 2001. Muito tocada naquele ano, e com motivos para tal - música forte, bem cantada, animada. Chegou a liderar as paradas de sucesso da Alemanha, seu país de origem.

É uma versão mais pop de "Daylight", lançada pelo grupo americano New Life Crisis em 2000.



Agora falemos sobre a banda, o tal No Angels. Lembra do Rouge, de "Ragatanga"? Então, é a mesma coisa, mas lá do país que mais comemorou em 2014. As moças que compõem o No Angels venceram o Popstars alemão, e "Daylight in your eyes" foi sua primeira e mais forte música de trabalho.

E, assim como suas similares brasileiras, não avançaram após o grande hit. Tentaram fazer um relançamento aqui e ali, mas o que fica hoje em dia é mesmo a lembrança de tempos idos.

Ficha técnica
Música: Daylight in your eyes
"Banda": No Angels
País: Alemanha
Época: 2001
É sampler/versão? É uma nova versão de "Daylight", do New Life Crisis
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Não
Minha avaliação pessoal: Legal.

"Put your hands up for Detroit", Fedde le Grand

Uma música menos dance de rádio do que as habitualmente colocamos aqui. Tem um pé mais no eletrônico/house/trance ou qualquer um desses outros rótulos. Mas como tocou bastante também no universo dance de rádio (a ponto de entrar em duas coletâneas), cabe o registro.



"Put your hands up for Detroit" é uma música boa, forte, que mantém a pegada em toda a sua trajetória. Foi lançada em 2006 pelo holandês Fedde le Grand e tem como base "Hands up for Detroit", de Matthew Dear - muito mais forte e menos comercial do que sua 'versão' mais célebre.

É o principal sucesso da carreira de Fedde le Grand, que mantém produção na área.

Ganhou uma versão inusitada nas mãos de Fatboy Slim - "Put your hands up for Brazil" - que ele executou num show por aqui.

Ficha técnica
Música: Put your hands up for Detroit
"Banda": Fedde le Grand
País: Holanda
Época: 2006
É sampler/versão? Sim, é baseada em "Hands up for Detroit", de Matthew Dear
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Planeta DJ 2007, da Jovem Pan, e Vube 97 Volume 7, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Legal.

"Higher & Higher", Milk and Sugar

Costumo dizer que a época entre 1998 e 2001 foi a melhor para as dances de rádio, então vamos colocar uma que contraria a regra.



"Higher & Higher", de 2001, é chata pela repetição excessiva e pelo refrão gritado. E olha que a vocalista tem uma boa voz. Aliás, "tem" não, "tinha" - infelizmente, a moça, Sabrynnah Pope, morreu em 2004, quando sua carreira começava a decolar.

Quem assina a obra é a dupla alemã Milk & Sugar, que estourou no começo da década passada com outras canções (como as regravações de "Love is in the air" e "Let the sunshine in") e até hoje detém sólida trajetória como DJs e produtores. Eles já trabalharam ao lado de gente consagrada como Jamiroquai, Janet Jackson, Alex Gaudino e outros.

No auge da fama, chegaram até a fazer um show no Brasil.

De todo modo, podem até serem bons no resto da carreira, mas em "Higher & Higher" não foram tão felizes assim...

Ficha técnica
Música: Higher & Higher
"Banda": Milk and Sugar
País: Alemanha
Época: 2001
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? As 7 Melhores Box Collection e Na Balada Volume 5, da Jovem Pan, e Energia Premium Anos 2000, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Chata.

"La danse d'helene", Real Joy

Outra música bem famosa na época e recordada até os dias atuais. Mas que, curiosamente, quase não se encontra informações disponíveis na internet.



A começar pelo clipe. Lembro que o vídeo oficial da canção era bem executado nos programas musicais, mas ele não está no Youtube. Continuando pela desinformação em relação à cantora (ou banda). Em algumas fontes, encontra-se que Real Joy é o pseudônimo da cantora francesa Amélie Desrumaux. Porém, nada muito confiável...

Independentemente disso tudo, vale falar que "La danse d'helene" é uma música bacana. Não segue o padrão das dances dos anos 1990, o que talvez seja um de seus méritos. Une conteúdos como um refrão fácil de cantar e uma coreografia de tranquila execução - em que, de certo modo, pode ser equiparada com a Macarena, por exemplo.

Mas talvez seu principal legado tenha sido se tornar a inspiração para "Kiko Cola", a faixa de abertura do épico Discoteca do Kiko, álbum de 1995. Cherry Coke é animal.

Ficha técnica
Música: La danse d'helene
"Banda": Real Joy
País: França
Época: 1995
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Hot Nine Seven Volume 2, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Legal.

"Mr. Vain", Culture Beat

Hora de mais uma vez abrir espaço para uma das canções mais conhecidas e cultuadas do gênero. Coisa fina.



"Mr. Vain" é até hoje uma das músicas mais celebradas entre as dances de rádio e, apesar de seguir o roteiro exato das obras da primeira metade do ano 1990 - refrão com voz feminina, rap masculino e riffzinho constante - não é tão datada quanto suas contemporâneas.

Alcançou, à época do lançamento, o posto de single mais vendido em uma série de países, como Austrália, Reino Unido e Alemanha, a terra de seus produtores. É a música mais célebre do Culture Beat.

A música ainda inspirou um relançamento em 2003, 10 anos depois de sua versão original, e uma curiosíssima releitura country, assinada por Nosie Katzmann, um dos seus compositores.

Aliás, falando em curiosidades, o verbete para o Culture Beat na Wikipedia em português tem um fato divertido: a informação de que, quando a banda fez uma tour pelo Brasil, em 1994, contou com Maurício Manieri (sim, o uuuuuh baby) entre seus músicos. Como o link de referência que a Wikipedia cita não está mais no ar, não há como confirmar o dado. Alguém sabe mais?

Ficha técnica
Música: Mr. Vain
"Banda": Culture Beat
País: Alemanha
Época: 1993
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? As 7 Melhores Volume 2003, da Jovem Pan, e Comando 97 Volume 4, da 97 FM - em ambos os casos, na versão 2003
Minha avaliação pessoal: Muito boa.

"Can you feel it", Jean Roch

Essa tocou bastante na virada entre a primeira e a segunda metade da década passada. Com razão, já que se trata de uma música bem animada, dançante, e que contém um sampler daqueles que, quando bem usados, dão bastante força a uma dance de rádio.



"Can you feel it" foi lançada em 2004 pelo francês Jean Roch como a música-tema da seleção do seu país na Eurocopa daquele ano (quando a seleção francesa acabou nas quartas-de-final, derrotada pela campeã Grécia). Emplacou de cara e lançou o nome de Roch, que posteriormente assinou outros sucessos.

A música ganhou uma segunda versão, com a participação do rapper americano Big Ali, que acabou fazendo grande sucesso aqui no Brasil.

Tanto original quanto segunda versão são bem bacanas, e merecem ser ouvidas.

Ficha técnica
Música: Can you feel it
"Banda": Jean Roch
País: França
Época: 2004
É sampler/versão? A base instrumental é de "Final bell", de Bill Conti, da trilha sonora de Rocky.Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Na Balada Volume 10, da Jovem Pan, e Comando 97 Volume 7, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Legal.

"Se fue", Fun Force

Essa música foi bem tocada nos anos 1990 e segue uma linha bem comum à época: a regravação (ou remix, releitura, chamem como quiserem) de um sucesso pop da época, cujos responsáveis pela nova roupagem ninguém sabe quem é, nunca ouviu falar, não sabe onde moram...



A música-base em questão é "Se fue", clássico romântico de Laura Pausini. Que, aliás, já é uma adaptação - o original é "Non c'è", da própria Laura; "Se fue" é uma adaptação da obra italiana para o mercado hispanofônico. Curiosamente, aqui no Brasil "Se fue" foi muito mais tocada do que "Non c'è", fenômeno que não aconteceu com "La solitudine" e "La soledad", obras da mesma cantora e alvos da mesma tática.

A versão do Fun force de "Se fue" tocou bastante, entrou para as 7 Melhores e chegou a inspirar a controversíssima "Viuvinha da Tamburello", que deixo para a apreciação de vocês.

Ficha técnica
Música: Se fue
"Banda": Fun force
País: IndeterminadoÉpoca: 1995/1996
É sampler/versão? Regravação de música homônima de Laura Pausini.
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? As 7 Melhores Volume 3, da Jovem Pan
Minha avaliação pessoal: Legal.

"Toca's miracle", Fragma

Mais uma vez o blog abre espaço para uma canção daquelas que figura entre os maiores sucessos do gênero.



"Toca's Miracle" foi lançada pelo Fragma em 2000 e tornou-se rapidamente um hit. Motivos para isso não faltam: a música é boa do começo ao fim, tem um refrão mais do que cantável e uma pegada tanto pra "encher a pista" quanto para ouvir numa boa.

Aí, na época do seu auge, ninguém entendia porque a música se chamava "Toca's Miracle" e não, como seria mais óbvio, "I need a miracle". O que é esse "Toca" no nome?

A explicação para isso está no fato de que "Toca's Miracle" é um mashup - ou seja, uma junção entre duas obras. No caso, "Toca me", que o próprio Fragma lançou em 1999, e "I need a miracle", música de 1996 da britânica Coco Star. A junção entre as duas músicas ficou tão certinha que nem parece que as obras um dia estiveram separadas - é o que vemos também, entre outros casos, em "Perfect (Exceeder)".

"Toca's Miracle" é até hoje o maior sucesso do Fragma. E, após seu ápice no início da década passada, foi relançada com novas roupagens em 2008 e 2012.

Ficha técnica
Música: Toca's Miracle
"Banda": Fragma
País: AlemanhaÉpoca: 2000/2001
É sampler/versão? É uma somatória entre "Toca me", do Fragma, e "I need a miracle", de Coco Star
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Planeta DJ 2000, da Jovem Pan, e Spirit of London Volume 2, da 97 FM. O remix Inpetto Edit esteve também em As 7 Melhores 2012, da Jovem Pan e Energia Premium, da 97 FM. Já a versão 2012 figurou no Comando 97 Volume 18, da 97 FM.
Minha avaliação pessoal: Muito boa.

"One more time", Daft Punk

O Daft Punk tem uma carreira grande e vasta, que ultrapassa bem o universo das dances de rádio. Mas que "One more time" é uma música com todas as características do gênero, isso é...



Tanto que, à época do seu lançamento, eu demorei pra assimilar que se tratava de uma música do Daft Punk, já que os caras apareceram para o mundo com um eletrônico de outra pegada, mais experimental e menos dançante, como visto nas boas "Around the world" e "Da funk".

Bem, o que realmente importa é que "One more time" é uma ótima música, tanto que até hoje toca muito por aí. E o fato de ser do Daft Punk certamente colabora para que ela tenha uma respeitabilidade, como eu já disse, superior à que desfrutam geralmente as dances de rádio - é comum vermos gente que não aprecia o gênero enxergar méritos na obra em questão.

Embora o Daft Punk continue emplacando hits nos dias atuais, é "One more time", lá de 2000/2001, ainda seu principal sucesso comercial.

Ficha técnica
Música: One more time
"Banda": Daft Punk
País: França
Época: 2000/2001
É sampler/versão? Existe uma controvérsia sobre o fato de a música ter elementos de "More spell on you", de Eddie Johns; o Daft Punk nunca reconheceu a possível apopriação. Deixo o julgamento pra vocês...
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Não
Minha avaliação pessoal: Muito boa.

"Set me free", House Boulevard

Mais uma música brasileira aqui no blog! E agora, uma de muita qualidade.



"Set me free" é obra do grupo House Boulevard, um coletivo de produtores/DJs brasileiros que se juntaram à cantora Samara para produzir a canção. É, como já disse, uma música bem bacana - estruturada de forma firme, unindo a boa voz a batidas que ficam 'agressivas' na hora certa.

O House Boulevard se mantém até hoje e emplacou outras obras antes e depois de "Set me free", nos idos de 2008 e 2009.

Ficha técnica
Música: Set me free
"Banda": House Boulevard
País: Brasil
Época: 2008
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Planeta DJ, da Jovem Pan, e Lunch Break Volume 10, da 97 FM
Minha avaliação pessoal: Legal.

"Move your body", Odyssey

Se você ligou sua TV na Globo às 17h30 nos idos de 1995, certamente conhece essa música.



"Move your body" fez parte da trilha sonora da primeira temporada de Malhação. E a escolha era mais do que natural - a música era simplesmente perfeita para retratar uma série ambientada em uma academia (sim, jovens, Malhação no começo era 100% vivida no ambiente de uma academia, por isso o nome). A letra falava em mexer o corpo, a pegada rítmica tinha tudo a ver com uma aula de ginástica aeróbica... enfim, perfeito.

Curiosamente, "Move your body" acabou não sendo um sucesso radiofônico dos mais estrondosos no Brasil. Talvez o principal motivo para isso seja o fato de que se trata uma música bem chatinha...

De todo modo, o Odyssey que assina a faixa tem uma história interessante. O grupo era formado por dois irmãos alemães, os Koppehele, e suas esposas. Eles convidaram a americana Lisa Cash para emprestar sua voz para o projeto, e assim foi. O Odyssey não teve vida muito longa, mas tanto os Koppehele quanto Lisa mantiveram sua atividade. Ela chegou até a cantar para Lou Bega, vejam só.

Ficha técnica
Música: Move your body
"Banda": Odyssey
País: Alemanha
Época: 1994
É sampler/versão? Não
Apareceu em uma coletânea de rádio brasileira? Não
Minha avaliação pessoal: Chata.